Nanopartículas

    A variedade de nano-estruturas para uso potencial na medicina é vasta. Em todas elas, as moléculas de fármaco podem estar absorvidas (ou seja, fixadas na superfície), dispersas ou dissolvidas. Passamos então a apresentar algumas das principais nanoestruturas aplicadas na área da medicina:

  • Lipossomas

        São vesículas esféricas compostas por bicamadas (lamelas) de fosfolípidos, que, por sua vez, são moléculas presentes no organismo humano e com afinidade tanto por água quanto por óleos e gorduras. Os lipossomas foram descobertos no início da década de 60 e podem distinguir-se conforme o seu tamanho e número de lamelas. Polímeros podem ser incorporados na sua superfície, para aumentar a  estabilidade e o tempo de permanência do organismo. Pode-se ainda ligar à superfície de anticorpos, que actuariam como agentes transportadores dos lipossomas para determinadas zonas do organismo.

     

  • Nanoemulsão 

           É uma nanocápsula sem revestimento polimérico. Assim como os lipossomas, podem apresentar na sua superfície moléculas que alteram as suas propriedades.

  • Dendrímeros

     

     Conhecidos como moléculas-cascata, são moléculas formadas por um núcleo ramificado, como ramos de uma árvore, sendo que o número de ramificações determina o tamanho do dendrímero. As moléculas do fármaco são fixadas nos espaços vazios entre as ramificações.

 

  • Nanopartículas poliméricas

     

        Desenvolvidas na década de 90, podem ser divididas em nano-esferas, compostas por uma rede de polímeros, e nanocápsulas, que são gotículas de óleo revestidas por uma fina camada de polímeros.

  •  Nanopartículas metálicas

     

     São compostas por metais que têm propriedades diferentes daquelas observadas macroscopicamente devido ao seu reduzido tamanho. Além de serem usados como transportadores de fármacos, as nanopartículas metálicas magnéticas são também usadas na magneto-hipertermia, processo pelo qual o corpo aquece onde se localizam as nanopartículas, tendo aplicações, por exemplo, no combate ao cancro. As nanopartículas magnéticas podem também ser levadas para qualquer parte do corpo através de um campo magnético exterior.

    - Nanopartículas de ouro

    Estas partículas são constituídas por ouro e são revestidas por um material biocompatível e que impeça a sua agregação. Estas partículas são usadas como método de diagnóstico pois estas são capazes de reflectir uma grande quantidade de radiação, identificando, por exemplo, células cancerosas.

     - Nanopartículas de prata

    A prata possui uma acção antimicrobiana conhecida há muito tempo, porém na forma de nanopartículas tem uma superfície de contacto infinitamente maior e suas propriedades são enormemente aumentadas. A medicina tem demonstrado que a prata destrói mais de 650 organismos patogénicos. Entretanto, partículas de dimensões micrométricas causam a obstrução das membranas celulares, causando envenenamento por prata, conhecido como Argyria. Isto não acontece com o uso de partículas de prata em dimensões nanométricas. Porém, a exposição continuada a estas nanopartículas, mesmo que em pequenas concentrações, compromete a função da mitocôndria de fornecer energia à celula, podendo levar à destruição da célula.

 

  • Micelas poliméricas

 Têm uma estrutura simples, compostas por uma região interna hidrofóbica, com pouca afinidade com a água, e uma região externa hidrofílica, com afinidade com a água. São usadas como transportadoras de fármacos.

  • Nanotubos de carbono e fulerenos 

     

      São compostos por unidades de carbono, tal como a grafite ou o diamante, mas têm uma arquitectura que lhes confere características especiais, como uma elevada resistência mecânica e também uma grande capacidade de transporte de temperatura e electricidade.