Nano-robótica

     Em 1986, Eric Dexler referiu a possibilidade de criar sistemas de engenharia a nível molecular. A nanotecnologia  baseia-se na construção de máquinas minúsculas a extremo do invisível, os nano-robôs. Segundo Dexler “tudo tem a ver com a forma como estão ordenados os átomos.”

     Podemos então acreditar que um aparelho feito de alguns átomos ligados entre si, não parte ou funciona mal à temperatura ambiente. Os programas computacionais para a criação de moléculas foram muito melhorados, e permitem simular as interacções entre os átomos, ou seja, a estabilidade da estrutura. Com o avanço da nano-robótica será possível  eliminar a contaminação do ambiente com micro-máquinas, criar alimentos e carros que podem mudar de forma, processos automáticos de limpeza corporal, drogas artificiais e livros. Os nano-robôs serão capazes de reparar tubulações e, naturalmente, gerar uma nova fronteira de aplicações médicas, incluindo a regeneração de tecidos do corpo humano.

     Uma equipa de investigadores da Universidade de Nova Iorque deu um passo importante na construção de uma máquina de controlo robusto de DNA. Esta máquina foi construída com moléculas sintéticas de DNA, a qual se destaca em relação a outros dispositivos previamente desenvolvidos em nano-escala pois esta permite um melhor controlo do movimento dentro de moléculas de maiores dimensões de DNA. Os investigadores dizem que esta nova máquina pode ajudar a construir a fundação de desenvolvimento de máquinas sofisticadas numa escala molecular, e ao desenvolvimento de nano-átomos que podem um dia construir novas moléculas, circuitos de computador ou lutar contra doenças infecciosas.

     Acredita-se que em breve a nano-robótica será possível, devido aos avanços da nanotecnologia e dos nano-sistemas.

     A nanomedicina e os nano-robôs são uma alternativa de tratamento e diagnóstico que se tornará realidade dentro de 10 a 15 anos. Um exemplo desta alternativa de tratamento é a introdução de dispositivos minúsculos, que na realidade serão nano-sensores, para o controlo da saúde pela tele-transmissão. Estes dispositivos poderão estar localizados em óculos, colares, pulseiras ou brincos. Eles captarão os sinais de interesse fisio-patológicos da pessoa e transmitirão telematicamente para o centro médico. Com a observação do comportamento destes dados o computador do centro médico analisará continuamente o estado de saúde da pessoa, emitindo um diagnóstico permanente não invasivo e em tempo real. Outro exemplo são os nano-robôs hipotéticos que examinarão e farão uma limpeza na superfície dos dentes. Mas estes exemplos são de máquinas (robôs) que embora pequenas, comparadas com os robôs que temos hoje em dia, são ainda grandes para o que se pretende atingir.

   Um nano-robô terá proporções microscópicas, com o tamanho seis vezes menor que um glóbulo vermelho, isto é, robôs de dimensões comparáveis às de uma bactéria.

     Existirão nano-robôs capazes de:

  • Penetrar no corpo humano para combater infecções;
  • Destruir vírus e bactérias;
  • Desobstruir artérias;
  • Destruir células cancerígenas;
  • Libertar medicamentos onde eles são necessários, ou seja, disponibilizarem drogas e fármacos ao nível das células;
  • Alterar o código genético para impedir doenças genéticas;
  • Intervir nos neurónios.

    A intervenção de nano-robôs nos neurónios têm como objectivo ampliar ou melhorar a nossa capacidade de produção intelectual.

    Com o uso de nano-robôs espalhados por todo o nosso corpo, com diferentes especialidades, como por exemplo, funcionar como sistema imunológico, seremos praticamente imortais. Esses nano-robôs serão capazes de combater doenças, reparar tecidos danificados de dentro para fora com uma velocidade superior as actuais capacidades de regeneração.

    Com o avanço da nanotecnologia, biocomputação e da engenharia genética seremos capazes de salvar todas as informações que compunham um dado estado cerebral, de maneira que sejamos capazes de reconstruir a mente integralmente, de forma precisa e equivalente aquele estado anteriormente salvo. Assim poderemos fazer clones e com a ajuda de nano-robôs, a partir dessas informações de um dado estado cerebral anteriormente salvo, reconstruir totalmente uma pessoa - não só o corpo mas também a sua personalidade e lembranças. Chegaríamos à imortalidade já que a cada mudança de corpo corresponderia também um upgrade do cérebro do seu estado mais actual - não haveria perda de informação cerebral que seria sempre cumulativa.

     A associação da nanotecnologia com o mapeamento do genoma humano (código genético) deverá resultar em enormes progressos na área. Os nano-robôs terão múltiplas aplicações em cirurgias minimamente invasivas.

    Exemplo: Na Universidade de Telavive, em Israel, desenvolvem nano-robôs para a resolução de problemas cardiovasculares. Os nano-robôs actuam dentro dos vasos sanguíneos que circundam o coração fazendo o desentupimento de artérias, substituindo processos cirúrgicos. Estes são injectados na corrente sanguínea através de uma agulha. Estes nano-robôs "cirurgiões" poderão operar de forma autónoma ou seja são pré-programados para a tarefa ou então tele-operados por um médico cirurgião.

     Outro exemplo é: O instituto de Produção Molecular, da Califórnia, trabalha na construção de nano-robôs aplicados ao combate da diabetes. Estes serão guiados até à medula óssea, capturarão células tronco e as levarão até ao pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina no corpo humano.