Tratamento

    A diabetes é uma doença crónica, sem cura por métodos convencionais. O paciente deve evitar problemas que estejam relaccionados com a doença a longo ou a curto prazo.

    Actualmente, o tratamento consiste: na conscientização e educação do paciente, sem a qual não haveria aderência; numa alimentação e dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do doente; na adopção de uma vida activa, mais do que simplesmente exercícios; na dependência de medicamentos como hipoglicemiantes orais e insulina;

    É extremamente importante a educação do paciente, o acompanhamento da sua dieta, os exercícios físicos, a monitorização própria dos níveis de glicose, com o objectivo de os manter adequados a longo e a curto prazo. O controlo cuidadoso é necessário para reduzir os riscos das complicações a longo prazo.

    Isso pode ser alcançado com uma combinação de dietas, exercício físcio e perda de peso, várias drogas diabéticas orais e a administração de insulina. Além disso, devido aos altos riscos associados à doença cardiovascular, devem ser feitas modificações no estilo de vida de modo a controlar a pressão arterial e o colesterol, praticando mais exercício físcio, fumando menos e consumindo alimentos apropriados para diabéticos.

      

Fig.1 - Injecção de insulina.

    Como pouco se sabe sobre o mecanismo exacto pelo qual a diabetes se desenvolve, não existem medidas preventivas disponíveis para esta doença.

As necessidades médicas na diabetes e a visão da nanomedicina

    As aplicações da nanotecnologia na diabetes estão ainda pouco desenvolvidas mas com o desenvolvimento da tecnologia médica, estas poderão vir a concretizar-se dentro de relativamente pouco tempo.

    Depois de vários estudos feitos, com a utilização de nanopartículas, no futuro, será possível o tratamento da diabetes, ficando o paciente independente de qualquer aparelho ou de injecções de insulina que lhe permitam estabilizar os níveis de glicemia.

 Vacina

    Inicialmente, é preciso explorar os mistérios de defesa do organismo para conseguir combater a diabetes tipo 1. Sendo uma doença auto-imune, é o próprio corpo que produz anticorpos que levam à destruição das células do pâncreas produtoras de insulina, designadas células beta. São estas que produzem a hormona (insulina) que permite a entrada de glicose nas células, funcionando como "combustível", visto que é a glicose que fornece energia. O que, exactamente, faz com que se dê essa destruição é uma incógnita para ciência. Porém, uma vez destruídas, as células beta não se regeneram. Consequentemente, a insulina precisa de ser reposta na forma de medicamentos para o resto da vida.

    A mais recente descoberta para conter essa destruição é uma vacina desenvolvida no Canadá, que visa preservar as células produtoras de insulina. Para chegar à vacina, os cientistas tiveram que estudar detalhadamente um dos mecanismos do nosso sistema imunológico. Na iminência da doença, formam-se linfócitos T reguladores que tentam defender as células beta dos ataques. Segundo pesquisadores, a sua capacidade de resistência é o que impõe à doença uma evolução lenta e gradual. Assim, os cientistas extraíram, dessas células, uma proteína envolvida na sua multiplicação. A proteína foi sintetizada em laboratório e é usada para incorporar uma nanopartícula. 

    Em testes iniciais, feitos em ratos, essas nanopartículas envolvidas em proteínas foram injectadas na circulação sanguínea dos animais afectados pela doença. Percorrem o organismo até encontrar as células reguladoras (linfócitos T) e levam para dentro delas a proteína incumbida de expandir a sua produção. Deste modo, a quantidade de linfócitos T no organismo é superior, que leva à eficácia da defesa das células pancreáticas.

    Trata-se de uma amplificação de um processo de resistência à diabetes já desenhado pelo organismo.

     Nas experiências feitas em ratos, os resultados foram entusiasmantes. Parte dos animais ficaram curados da diabetes tipo 1, enquanto que outros passaram a necessitar de menos doses de insulina.

Pâncreas artificial

    Os cientistas, interessados em melhorar a qualidade de vida dos doentes diabéticos, e depois de estudos feitos, desenvolvem um aparelho que funciona como um pâncreas artificial.

    O pâncreas artificial é composto de um sensor (um pequeno computador do tamanho de um cartão multibanco) que calcula a quantidade de insulina necessária em cada momento. A este sensor está associada uma bomba que injecta a insulina de acordo com as necessidades do doente.           

     Contudo, só poderá ser utilizado pelos humanos dentro de relativamente pouco tempo. Apesar dos desenvolvimentos tecnológicos já conseguirem proporcionar uma certa autonomia aos diabéticos, até hoje não há um dispositivo que os torne verdadeiramente independentes. Pelo contrário, o dispositvo conseguirá fazer tudo sozinho, funcionando como um pâncreas. Será constituído por um detector que permite medir os níveis de glicose e por uma bomba que proporcionará a quantidade de insulina que o paciente necessita.   

    Já existem alguns dispositivos muito sofisticados que se aproximam bastante desta ideia. Conseguem avisar quando os níveis de glicose estão fora do normal e mesmo interromper o fornecimento de insulina quando necessário. No entanto, apenas reduzem a intervenção humana, não a eliminam, pois o paciente tem de programar a bomba. O que propõe o novo dispositivo é a quase completa independência do sistema. O segredo está no desenvolvimento de um software que consegue conectar a bomba de insulina ao medidor de glicose. Com esses dados, o pâncreas artificial pode decidir sozinho como se fosse um órgão vivo.

Fig. 2 - Um dispositivo sofisticado semelhante ao pâncreas artificial.

     Os benefícios deste aparelho são: os diabéticos deixam de depender dos testes diários de glicemia e ainda das injecções de insulina várias vezes ao dia, dadas por eles próprios. Isto faz com que o risco de complicações associadas ao mau controlo da doença (cegueira ou problemas vasculares, por exemplo) seja menor. Estudos mostram que mesmo os diabéticos que fazem uma monitorização rigorosa não conseguem passar mais de 30% do seu dia com os níveis de açúcar adequados no sangue. 

    Pesquisas feitas mostram que os cientistas estão no caminho certo para criar um pâncreas artificial "autónomo", que posso ser implantando no corpo de um paciente.  

    Contudo, conseguir um pâncreas artificial perfeito está dependente de um problema matemático: como fazer com que um dispositivo computorizado imite um processo complexo que o corpo humano saudável faz automaticamente, que é medir o nível exacto de insulina necessária e responder na mesma medida.